É sabido que Willie- apesar de prestar culto aos ensaios de Montaigne- se amarrava num sortilégio (vide “A Tempestade”), curtia uma bruxariazinha (vide “Macbeth”), travava conhecimento com fadas e elfos (vide “Sonhos de Uma Noite de Verão”) e (Ahá!) consultava o disk astral João Bidu para parir seus personagens (vide o desenrolar deste portentoso escrito).
Desdêmona- nobre e bela patrícia- deixou a casa paterna, o conforto da internet sem fio, e da nutella com bisnaguinha, para viver aventuras mouras mil ao lado de seu grande Otelo. Apesar da vida cigana, seu olhar nunca veio a ser oblíquo e dissimulado- ao contrário do que apregoavam todas as bravatas disparadas por Iago. Ainda assim, este temerário general achou ser de bom feitio asfixiar seu amor.
Imagine só, caro leitor, e toda essa desgraça por causa de um lenço! E se um futuro nascituro viesse com a expressão de Escobar, digo, de Cássio em seu frontispício? Qual a extensão da sova que Desdêmona iria tomar? Obviamente os mais argutos já depreenderam tudo: Otelo era um nativo de escorpião!!!
Dispõe de habilidade natural e astúcia para lidar com os negócios. Emocionalmente é autoritário, sem suscitar misericórdia. Seus principais defeitos são justamente sua tendência para ser rígido, inflexível e demasiadamente sério. Obs: ao chegar ao inferno, encaminhe-se diretamente à quarta esfera, em caso de dúvida, procurar o demônio Plutão.
O meninote Hamlet sempre foi um buliçoso, um amante da arte, da filosofia e de toda manifestação do belo, até que papai Homônimo foi encaçapado- indo morar na cidade dos pés juntos. Oh conspurcação! A vida tornou-se comer insosso e beber salgado. Muitas notas baixas em Wittenberg, muito ansiolítico em Elsinor. Até que em determinado momento da cena IV do primeiro ato- e que momento foi aquele!- o defunto genitor revela: “Filho, seu titio ceifou minha vida, passa a foice nele por mim”. Hamlet, intrépido e resoluto, deixa passar em branco todo o segundo ato e lá pelo final do terceiro ainda tem a pachorra de proferir o avelhentado monólogo (sem o crânio na mão, que fique claro): “Should I stay or should I go?”. Ao que se sucederá não só ao falecido, mas a qualquer infeliz que tenha sangue trafegando em suas veias: “ESTA INDECISIÓN ME MOLESTA!!!”.
Pra encurtar o palavreado: ele mata por engano Polônio, pai de Ofélia (que é princesinha de seu coração) é convidado a se retirar do reino em que algo está a apodrecer, é sequestrado por piratas, Ofélia endoidece e morre afogada, ele volta pra Dinamarca, monologa mais um pouco sobre vida e morte (agora sim, cá está o crânio), vê o enterro de sua amada e ainda logra delongar até desfechar a estocada final na panturra de Cláudio. Foi preciso estar às portas do grande mistério, sob a égide da desgraça, no bico do corvo, próximo ao fim de tudo (do quinto ato e da peça, inclusive), para o príncipe das abstrações agir. Eis Hamlet, o libriano típico.
Você é de natureza mental. Gosta de florescer, fazer arte e equilibrar, daí seu símbolo ser a balança, que procura harmonizar até os elementos mais diversos. Para fazer isso, é preciso julgar e avaliar, mas você teme o julgamento e hesita (e como), pois precisa ser equilibrado e tem medo de se enganar. Estar de bem com os outros e ser complacente com eles, é algo muito importante para você, que prefere mais realizar tarefas junto de alguém a fazê-las sozinho (alguém aí quer me ajudar a matar meu tio?).
* Depois de usado o estímulo correto ("se você falar, vamos todos JUNTOS à uma sorveteria"), o autor do texto acabou admitindo que é libriano.
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