segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Garapa.

Novo trabalho de Padilha documenta a fome.




Antes de ser arte, Garapa é um chamado à ação.

José Padilha dá continuidade à sua carreira abordando mais um fato social que precisa ser não só denunciado, mas atentado e combatido: a fome. O diretor que ganhou renome com o documentário Ônibus 174 e com Tropa de elite, retrata agora- por meio do dia-a-dia de três famílias do sertão do Ceará- as condições precárias de vida que se submete boa parcela da população brasileira. A ausência de alimentos torna a ingestão de garapa- água fervida com açúcar- uma solução para a sobrevivência. A burocracia e a baixa escolaridade afastam muitas famílias dos benefícios paleativos de programas como o “Fome zero” e o “Bolsa-escola”. Os dados oficiais dão conta que pelo menos 920 milhões de pessoas no mundo vivem em situação semelhante.

Antes de discutir o “preto-e-branco granulado” do filme ou a intervenção do cineasta no “objeto de estudo” (dar remédio a uma criança) -como foi feito por alguns puristas- é preciso discutir sim, a postura de mero observador praticada por muitos, que vem a ocasionar justamente a situação retratada no documentário.

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