sábado, 3 de outubro de 2009

Tropicalistas; ESTRO.

Indo contra o usual resguardo, é oferecido ao mundo o grupo do amor.


Vinna Baptista, Thiago Veloso, Luê Lee, Vlad Dias, Bernardo Zé, Samuel Duprat, Jon Gil, Clau Costa, Elton Neto e o ausente, mas presente no quadro poundiano, Tiago Leão.


Num lanço de dados, ancoram escritores, cineastas, psicólogos, fotógrafos, músicos e filósofos. A reunião dos cupinchas engendra um clamor por Virgílio nas portas dos banheiros, Maiakóvskis engastados na alma e dentes à mostra.


É trazido a público o manifesto, o ESTRO.



o cio, o ócio, a força criadora; o ESTRO.

engenho poético- que ele esperte furioso, endureça; vivo!


que se durma até mais tarde e que guimarães rosa abarrote escaparates dos “pegue e pague” do mundo- que todos os tons e olhos do libriano zé lá também estejam.

engenho poético- que ele esperte furioso, endureça; vivo!


o furor é ESTRO. a tropicália, antropofagia, jorge amado e epicuro; ESTRO.

vi gil pegar a cadência da remada; comi-o. vi caetano entoar laia, ladaia, sabadana, ave maria; comi-o.


xiquexiques, tchatchatchas e baiões de gonzaga ganham as ruas.

que se enunciem desculpas e não “sorry’s”. mas que shakespeare seja lido.

o artifício do bardo é ESTRO. a “comedia” do florentino é ESTRO.

engenho poético- que ele esperte furioso, endureça; vivo!


lá vem o cantorio do povo em transe, o maracatu, o mangue beat.

o sempre novo delíriofala de glauber é pra ser ouvido e a educação parida pela pedra de joão cabral; pra ser cantada. a alvura precisa d’alguma poesia de drummond é ESTRO.

engenho poético- que ele esperte furioso, endureça; vivo!


montado no cavalo de pau de alceu é que se defronta os moinhos cervantinos.

promulgado o roubar e dar flor a amantes, namoradas, noivas, mães, tias e avós.

que os respingos quentes do mijar na terra encontrem as canelas das crianças livres que vêem a grama grassar.

engenho poético- que ele esperte furioso, endureça; vivo!


que não se ostente mais fotos na neve e que as crianças não assistam mais superman.



15 comentários:

Ricardito disse...

Que Shakespeare seja lido, amém!

Frater Altair disse...

Comamos onion rings e vomitemos macaxeira!
Avante, neo-antropófagos!

Anônimo disse...

Mais louco é quem me diz e não é feliz!

Mari

Unknown disse...

Caro Conrad Macalé, toquemos rabeca e colemos este singelo manifesto nos banheiros dos espaços unibancos, butecos, pastelarias e lojas de conveniência deste mundo.

ESTRO!!!

Ana Paula disse...

já dizia nosso amigo torquato. temos que assumir a cafonice do tropicalismo: "como achar Felini genial e não gostar do zé do caixão?"

André Saito disse...

Rimemos dor e amor, ardente e vivos!!!

Tiago disse...

Rigido nas vigas tropicalistas, que bonito!!!

IACObus disse...

Firme nas vigas tropicais!!! Que lindo.

mrc disse...

abraço a causa! :)

Anônimo disse...

#vergonhaalheia

Unknown disse...

Obviamente anônimo o comentário acima.

Roberta disse...

Impossível, então, não parafrasear o Mestre: sinto-me irmã de sensibilidade e expressão. Pra frente!

Thiago Reimão disse...

Esse é o inquieto Passolargo que eu conheço :-)

Anônimo disse...

sou preto e mulher, tranquilo e falivel como b. lee, outro índio, sempre marginal

Wobler disse...

Abraços aos Anônimos também!